Corações roubados

Não junteis tesouros aqui na terra, onde a traça e a ferrugem destroem, e os ladrões assaltam e roubam. Ao contrário, juntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça e a ferrugem destroem, nem os ladrões assaltam e roubam. Porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração.

Mt 6,19-21

O Necrológio dos Desiludidos do Amor (de Drummond) é o resultado mais dramático dos corações roubados aqui na terra, mas não é nem nas nossas “paixões de primeira e de segunda classe” que mora o perigo de juntar nossos tesouros aqui na terra e não no céu – já que juntá-los no céu não impede um coração partido, e sim somente que ele seja roubado.

Juntar um tesouro “onde também estará o teu coração” aqui na terra é pedir para perdê-lo mais cedo ou mais tarde, e não se trata apenas da ganância por dinheiro e poder: perdemos nossos corações o tempo todo porque ele está em tesouros terrenos, que às vezes até podem parecer celestiais, mas no fim estão expostos como uma conta digital cuja senha é uma data de aniversário.

Não existe na terra nenhum sistema de proteção seguro o suficiente para proteger nossos tesouros com cem por cento de eficiência, e quando os roubarem, estarão levando com eles os nossos corações. Já o “cofre celestial” é seguro, especialmente para o nosso coração.