“Entre 1992 e 1994, trabalhei com o Serviço Jesuíta para Refugiados no Quênia. Meu ministério estava ajudando refugiados de toda a África Oriental que se estabeleceram em Nairóbi para iniciar pequenos negócios com a finalidade de sustentar a si mesmos e suas famílias. Com o tempo, abrimos uma pequena loja em uma favela, que comercializava artesanato para exilados, turistas e ricos quenianos. Foi o ministério mais agradável e gratificante que fiz.
Depois de um certo tempo, comecei a ficar estressado. Na época, eu estava muito envolvido com a administração da loja e na supervisão dos pequenos negócios dos refugiados, o que significava uma convivência diária, visitando suas casas nas favelas e os ajudando não apenas com seus problemas de negócios, mas também com suas preocupações com saúde, com os proprietários e questões legais.
Em seu ministério público, Jesus lidou com as pessoas diante dele, e somos chamados para fazer o mesmo – James Martin, S.J.
Certo dia eu falei ao meu diretor espiritual: “Eu não sei como posso fazer tudo isso!”
E respondeu: “Quem disse que você tem que fazer tudo?”
“É o que Jesus faria! Ele ajudaria todas essas pessoas”, observei.
“Bem, talvez. Mas eu tenho novidades para você: você não é Jesus!”, ressaltou o diretor espiritual.
Ao citar Jesus, precisamos nos lembrar de algo sobre seu próprio ministério: Quando Jesus deixou a Galileia e a Judeia, ainda havia doentes. Em outras palavras, Jesus não curou a todos. Em seu ministério público, Jesus lidou com as pessoas diante de si, e somos chamados para fazer o mesmo.”
Pe. James Martin. 7 lições que aprendi sobre o ministério sendo jesuíta.
Imagem: David Clode on Unsplash