Quem sou eu hoje

Linha do tempo
Agora que eu retomei o blog, eu sinto a necessidade de também retomar a ideia originária dele: o endereço deste blog é “minhageografia” porque ele – o blog – é para representar uma linha que só às vezes é reta, mas na maioria das vezes faz curvas, voltas, volta atrás e depois transforma em frente o que era um dos lados, e  além de ser uma linha com caminhos tortuosos, às vezes é múltipla, sem deixar de ser a mesma, às vezes cada linha da multiplicidade avança em velocidades diferentes, em retas e cruvas  diferentes, uma passa por cima da outra, dá um nó, tem que cortar e emendar – ou às vezes deixar lá o nó; e isto tudo significa que a linha que o blog representa não é uma linha do tempo.

Código Morse
O tempo é, ele próprio, uma linha, e uma linha do tempo é um destaque nesta linha mais larga, é uma linha em negrito dentro de um fluxo maior e indiferenciado. Por isto existe uma graduação em História e historiadores profissionais: todos vivemos o tempo e percorremos suas linhas, mas elas não são facilmente pensáveis. Tem que estudar.
Eu não sou historiador, e também não sou geógrafo;  mas faço a minha geografia sem ser qualificado, assim como as outras pessoas fazem a sua história sem qualificações também.
Eu precisei falar em linha, em descrevê-la tortuosa e errante, para ressaltar sua diferença de uma linha  do tempo, histórica, temporalmente  ordenada. Mas a verdade é que este blog não representa, de verdade, uma linha, e sim pontos. Um ponto, uma coleção de pontos próximos, pontos ligados entre si por uma linha ou outros pontos, pontos maiores que se tornam espaços ou regiões no espaço, enfim, locais que ocupam um tempo e um espaço, mas onde o tempo é sempre um hoje que transforma completamente  este espaço.

Mais do mesmo
Quando eu comecei este blog, aliás, eu pensei que desviar a atenção do tempo e redirecioná-la ao espaço era uma ideia radicalmente inovadora – até me dar conta de que era apenas  praticidade: eu não consigo lidar com o tempo, portanto me voltei ao espaço para ver o que eu posso fazer com aquilo que o tempo fez nele.