Tudo pelo social

E, lendo coisas e mais coisas, pensando nas minhas reações passadas, de repente eu me dou conta de que tenho fobia social.

Primeiro, eu preciso observar que isso não é um diagnóstico, embora geralmente minhas opiniões sobre mim mesmo estejam certas.

Segundo, eu preciso observar que, com excessão das incuráveis e das fatais, eu poderia ter uma doença dessas mais chiques, ou então com maior apelo popular, tipo anorexia, LER, uma esquizofrenia leve talvez (doença de gente pós-moderna), ou uma depressão não muito forte.

Terceira observação: me fudi de qualquer jeito, porque ou eu tomo remédio para isso, ou pago uma psicóloga (um preconceito meu: não confio em psicólogos. Não confio em psicólogas também, mas desconfio menos – que fique claro que em ambos os casos o preconceito refere-se à profissão, ao contrário, por exemplo, do meu preconceito contra advogados, que vai além da profissão e chega à própria pessoa. Já conheci advogados e advogadas admiráveis, mas essas pessoas não foram o suficiente contra o meu preconceito contra a classe). Ainda na terceira observação: meu bolso também tem lá suas doenças, no caso, uma fobia a dinheiro, embora talvez o problema não seja do meu bolso, e sim do dinheiro, que talvez tenha fobia ao meu bolso. Talvez não seja nada disso, claro, pode ser simplesmente uma fatalidade, mas o fato é que eu estou sempre sem dinheiro, o que torna difícil o meu acesso tanto à psicologia profissional quanto aos remédios (no máximo, um paracetamol).

Da mesma maneira, aliás, que estou sempre angustiado com o fato de que o trabalho maravilhoso que eu fiz talvez não seja apresentado com alguma desculpa esfarrapada (esqueci o trabalho no banco do ônibus e a senha do meu e-mail!!!) porque eu não entendo como alguém pode sobreviver a uma apresentação de trabalho. Se eu tivesse depressão, por exemplo, todo mundo seria solidário comigo. Pelo menos eu imagino que uma crise de depressão seria menos ridícula e mais convincente do que uma crise de fobia social.

Eu tenho medo de altura, também, e de aranhas e de baratas, e de dormir com a luz apagada. Mas nenhum desses medos tem a ver com o trabalho que eu tenho que apresentar amanhã e que não consigo nem escrever porque eu fico imaginando o que eu vou dizer. O_o

Porque The L Word é tão bom?

Aviso: esse texto contém spoilers sobre o seriado em alguns parágrafos. Se você não assistiu até a terceira temporada e não quer estragar sua diversão (no caso de você não gostar de saber de coisas que aconteceram na história antes de assisti-la, e no caso de você assistir à série, é claro), não leia.

a) há uma concepção de arte que define obra de arte como algo (um livro, um filme, um quadro, qualquer coisa) que causa impacto. Eu não sei explicar muito bem, mas é um impacto do tipo “uau!!!”, quer dizer, algo que impressiona quem está vendo (ou ouvindo, pois pode ser uma música – e vale para os outros sentidos também). Claro, se você atirar uma criança de uma janela você também vai causar impacto (em ambos os sentidos da palavra), mas acho que impacto, nesse caso, se refere a um impacto emocional que não coloque em risco a vida de ninguém, sejam crianças, cachorros ou outras coisas vivas.

b) eu acho que um seriado, tal como um filme ou uma peça de teatro, é uma obra de arte. O fato de ser geralmente concebido como entretenimento não retira, de um seriado, o aspecto de obra de arte que ele contém. Não é só porque Lost é um seriado que vamos jogar todos os seriados na mesma vala comum das coisas idiotas. (observação: isso quer dizer que até Lost é obra de arte – mas eu tenho o direito de julgar certas obras como ruins, não imprta o que milhões de espectadores digam). Aliás, algo que seja concebido como entretenimento, ou que acabe virando entretenimento por acidente, não deixa de ser uma obra de arte só por causa disso (pois você pode ler Sheakspeare ou O Sangue dos Outros só para passar seu tempo, se entreter, sem que essas coisas deixem de ser arte).

c) mesmo que uma obra de arte seja engajada socialmente, não quer dizer, também, que deixe de ser arte. Claro que mesmo uma pintura surrealista, um quadro cheio de borrões, por exemplo, se insere dentro de uma cultura e, como tal, é resultado de alguma relação politica, e causa outras relações políticas (política, aqui, não se refere à tosquice partidária, que é só um aspecto, desagradável, aliás, da política), ainda que essas relações não sejam determinadas. Quer dizer, uma obra de arte, mesmo que não possua pretensão política alguma, está inserida dentro de uma relação política qualquer (porque ela existe em um mundo onde habitam pessoas que estabelecem relações políticas, e uma obra de arte não é imparcial, mesmo que seu autor quisesse que ela fosse – até porque o próprio autor não é imparcial, mesmo que quisesse ser). Se uma obra de arte que se pretende imparcial ou apolítica ainda assim acaba por estabelecer relações políticas e engajamentos sociais sem deixar de ser uma obra de arte, o contrário também vale, ou seja, uma obra de arte declaradamente política, que possua um corte determinado (como The L Word), ou uma intenção política clara (como os romances de Sartre), ou mesmo uma posição de defesa de tal ou qual coisa (como um rap), não deixa de ser obra de arte, sem prejudicar em nada suas posições políticas.

d) The L Word funciona como um porta-voz das lésbicas dos EUA, e, como a maioria dos outros países (com excessão, até onde eu sei, apenas da Espanha) não tem um seriado assim, acaba sendo porta-voz das lésbicas de todo o mundo. Claro que o seriado não defende o lesbianismo (ninguém defende o lesbianismo, uma pessoa é lésbica: o que se defende são direitos para as lésbicas, e a liberdade de amar a quem se quiser), mas mostra a vida de mulheres lésbicas (e meia dúzia de outras orientações sexuais). Não que o seriado seja um porta-voz do tipo “porta-voz do governo”, que fala pelo governo; mas, sim, fala sobre a vida de lésbicas, que, fora do seriado, costumam viver como lésbicas (e “viver como lésbicas” não é muito diferente do que viver como qualquer outra coisa, como heterossexuais, por exemplo, mas há peculiaridades comuns à maioria das lésbicas, como a felicidade ou o preconceito, por exemplo, que não são categorias exclusivas das lésbicas, mas que assumem um conteúdo semelhante quando voltados às lésbicas), mas não costumam ver sua vida representada na TV (convenhamos, Assunto de Meninas pode valer para uma menina que estuda em um colégio interno e ser uma coisa muito boa na promoção da diviersidade e bla blá blá, mas não tem nada a ver com a América Latina, por exemplo, a não ser nos aspectos gerais de descoberta do amor, incompreensão, etc). Mas não é uma Ladyfest – assim como Um Maluco no Pedaço não é um quilombo. O seriado tem um publico-alvo claro (lésbicas), mas geralmente obras de arte não se limitam a atingir somente o grupo que o autor tinha em mente. E, mesmo, pelo que sei, as próprias autoras não definem o seriado como um programa para lésbicas. Mesmo que ele acabe se tornando uma febre entre elas, a palavra L forma muitas palavras.

e) os seriados costumam criar um mundo próprio. Se você nunca assistiu Alias não vai entender que a música perfeita para Sloane seria Used to Love Her (But I Had To Kill Her), mesmo que nunca tenha tocado no seriado; ou se nunca assistiu The Early Edition, não faz sentido pensar na relação entre o gato amarelo e o jornal. Leia Harry Potter ou Dom Quixote que você vai entender bem isso. O mundo que The L Word cria, ainda que seja focado na vida de mulheres lésbicas, lida com questões que tocam praticamente todas as pessoas (eu ia dizer “todas as pessoas”, mas acho que nada no mundo toca todas as pessoas do mundo, com excessão talvez das necessidades fisiológicas ou orgânicas ou biológicas, como respirar ou ir ao banheiro). Relações de amizade, amor, gente filha-da-puta, gente chata, essas coisas todas fazem parte desse mundo. E, ao contrário de algo como, por exemplo, Lost, não é um mundo quimérico – até Harry Potter é mais realista do que Lost. Não que um seriado tenha que ser realista. Se você assistir Gilmore Girls, pode morrer de inveja de uma cidade como Star Hollows, mas não existe uma cidade como Star Hollows, você nunca vai morar num lugar assim (se existir, me avise), mas as coisas pelas quais as duas Lorelais passam, as histórias que se desenrolam, os sentimentos e as atitudes – e as opiniões e reações – dos personagens do seriado são coisas muito reais. Até porque é impossível alguém fazer algo que seja absolutamente desligado da vida real (Lost quase consegue isso).

L) (esse parágrafo contém spoilers) o que faz com que The L Word seja tão bom, afinal, na minha opinião, é que é uma obra artística que inevitavelmente causa emoções inesperadas, e bastante intensas. Sei lá, coisas do tipo Alice ir revirar o lixo atrás do cartaz da Dana, além da questão da obsessão, foi uma das cenas de amor mais legais que eu já vi (mais do que o Bruce Willis indo para o inferno atrás da esposa, ou o Jack morrendo congelado pela Rose, por exemplo); ou, então: eu nunca fiquei tão indignado com um acontecimento em um filme ou um seriado quanto como fiquei quando vi que a Kit estava, sem saber, dentro de uma clínica anti-abortista sem saber que a clínica era anti-abortista. Ainda mais, são histórias bem contadas, cenas bem-feitas, enfim, é algo além de mais um seriadinho sobre aviões caindo em ilhas perdidas ou donas de casa chatas desesperadas.

Família

Uma das consequências de você viver em sociedade é que cada pessoa possui um determinado grau de força. Se algumas pessoas reúnem suas forças, cada qual contribuindo com uma parcela do seu grau de força, serão mais fortes contra coisas que têm força igual ou maior do que a força de uma pessoa isolada.

Isso vale também para pequenos grupos, como as pessoas que moram em uma mesma casa. Você, isoladamente, tem uma força x, e as outras pessoas reunidas, digamos, outras três pessoas reunidas, têm uma força xxx. Lógico e natural.

Aí você quer estudar, e as outras pessoas não tem nada contra o estudo. Mas querem ver TV, falar berrando (por incapacidade em falar em um tom com uma altura apenas necessária para chegar aos ouvidos apenas da pessoa com quem fala), comer, fazer outras coisas, que acabam atrapalhando seu estudo. Você somente tem acesso aos recursos da casa quando outros já os utilizaram, ou quando chega primeiro e tem que disputar e defender seu direito de quem chegou primeiro. E tudo isso converge para seu estudo (sair, fazer festa, vc já desisitiu porque todo seu dinheiro vai ou para a manutenção do trabalho ou do estudo): quer dizer, o que atrapalha isso atrapalha seus estudos e vice-versa. Então você descobre que não tem mais forças para lutar contra todos sempre. Que não dá para resistir o tempo inteiro. Que precisa trocar para um curso “menos teórico e mais prático”, onde você dependa menos de ler e produzir textos, e possa fazer coisas que não demandem tanto tempo, e, de quebra, paguem melhor no futuro. Mas a única motivação que você tem para todo este esforço é seu gosto, é fazer a merda que vc gosta.

Só que todas as forças em seu entorno pressionam contra aquilo que vc quer, que vc gosta. É como se afogar, mas não na água, e sim em uma massa de interesses contrários ao seu. E você cada vez tem menos dinheiro, menos tempo, menos dias que você consegue encontrar a lavadora de roupas disponível, menos roupas quentes, menos tempo de sono, menos silêncio quando precisa, menos de tudo o que precisa e mais de tudo o que atrapalha.

Aí vc vê se aproximar o momento em que terá que decidir entre jogar fora tudo o que você fez até aqui, e começar alguma outra coisa, ou continuar, não mais para chegar até onde vc quer (que no fim das contas é realizar-se), mas apenas para ir até onde seja possível ir antes que destruam vc.

Fofoquinha

Este é um post para ninguém ler (e quem lê isso aqui mesmo?), é mais minha necessidade de escrever do que qualquer coisa.

Em um episódio dos Simpsons, o Hommer sobe em um poste de rua para arrumar não sei o que (acho que era um problema com o telefone, e acho tb que foi naquele badalado episódio dos Simposns no Brasil, “Blame it on Lisa”, seja lá como é que se escreve). Aí ele enfia a mão dentro de uma caixa de metal e leva um choque. E tenta de novo, e leva outro choque. E tenta mais uma vez e leva mais um choque. E vai assim até cair do poste – se não caísse, ele continuava tentando.

Longe de mim querer explicar o humor, ou estragar piadas, mas o engraçado disso é que não há como ele não levar um choque, mas ele faz isso de novo, como se ignorasse que pudesse levar mais um choque – isso depois de dez choques.

Pois bem. Tenho uma parente, de resto muito querida, que tem a mania de distorcer as coisas que ouve. Já não tem mais como saber se faz isso voluntária ou involuntariamente – talvez nem ela saiba mais distinguir. Isso quer dizer que não se pode confiar no que ela diz das outras pessoas.

Todas as pessoas da família sabem disso. E, no entanto, sempre levam em consideração o que ela diz. Se dependesse das informações que recebo dela, não falaria, e desejaria todo o mal do mundo à todas as pessoas da família. Por isso, ignoro o que ela diz. Não comento, não questiono, não pergunto para os outros se é verdade o que eu ouvi dela. Porque eu sei que a coisa veio distorcida e que não foi bem assim.

Mas aí, de novo, eu banco o trouxa! Na primeira fofoca que surge sobre mim, “mas é verdade que tal coisa e tal coisa?”, “eu sei que ela distorce tudo, mas de algum lugar ela tirou esta história, e queremos saber de onde”.

Eu, que me dou a todo este trabalho, de ouvir e ignorar, de não pedir explicações a ninguém daquilo que ouvi, agora me vejo contra a parede, tendo que dar para os outros as explicações que eu não peço a ninguém. E também eu que passo por errado, por grosso por não querer explicar porra nenhuma.

Decididamente o ser humano não é um animal político, nem é o lobo do homem, nem é bom por natureza. O modelo-padrão de ser humano, tomando por base a minha família (palavra que, para mim, cada vez mais quer dizer apenas um tamanho de pizza), é o Hommer.

Músicas

Em uma aula de física, aprendi que o movimento é uma variação da distância entre um objeto (que se move) e um ponto de referência. Como no segundo grau eu era inteligente, perguntei para o professor (não, é claro, nestas palavras): “segundo esta definição, se o objeto estiver preso por uma corda ao ponto de referência, e girando em torno dele, não vai ter movimento, pois a distância entre o ponto de referência e o objeto vai ser sempre a mesma”. Ele me respondeu (duas semanas depois) que, num movimento circular, a definição de movimento tinha algo a ver com os graus, com a variação de graus, eu acho (o objeto passa pelo grau 1, pelo grau dois, e assim vai até o grau 360 e começa a volta de novo). O que interessa é que isto parece minha vida no momento: não parece, mas algo está acontecendo.

Coisas estão acontecendo, mas nada mudou significativamente. É como um céu com as nuvens carregadas, a chuva se preparando para vir, quando você pode até sentir o cheiro da chuva chegando. Não está chovendo ainda, mas as pessoas já saem de guarda-chuvas na rua, ficam olhando para o céu o tempo todo. “É questão de tempo.”

Não sei se no meu caso é questão de tempo. Talvez toda esta tensão no ar não implique em nada, pode ser que dependa de algum movimento meu que ainda não fiz, que ainda não descobri qual é, ou como fazê-lo. Ou talvez venha uma onda, alheia à minha vontade, leve tudo e deixe só o que interessa. Não sei se o que talvez esteja por vir será conveniente ou não.

Mas enquanto isso eu escuto música. Li um texto de alguém, sei lá onde, que reclamava dos jovens viciados em músicas dos anos 80, 70 e 60 em pleno século 21. Eu acho que poucas coisas batem Beatles, L7, Doors e essas coisas assim.

Por outro lado, eu concordo que tem coisas ótimas dos anos 2000: Dixie Chicks, Indigo Girls, Portishead; e gentes antigas fazendo coisas novas legais, tipo Manu Chao, Björk, que são cantores meio anos 80, mas que fazem coisas interessantes nesse século.

Acho que o problema não é você cultuar as músicas mais antigas, afinal, não dá para não sentir saudades, mesmo que eu não estivesse nos anos 70, dos Mutantes, da Jovem Guarda ou das Frenéticas, e das coisas em outras línguas, como Fito Paez e Mercedes Sosa (e The Doors e toda a coisa manjadíssima de sempre – mas muito boa). É só uma questão de ouvir de tudo, sem rotular antes, e descobrir o que se gosta, independente do tempo ou do som. A Zélia Duncan, por exemplo: é absurdamente boa, ótima, demais – mas que fiasco com esses novos Mutantes. Cansei de escrever, mas eu tinha mais coisas, eu acho, para dizer.

Tecla ALT

Procurando na internet, encontrei aqui uma lista com os atalhos da tecla ALT + . A maioria estava preenchida, mas uns vinte ou trinta não. Aí completei o negócio. E postei aqui.

Alt | Símbolo

1 ☺
2 ☻
3 ♥
4 ♦
5 ♣
6 ♠
7 •
8 ◘
9 ○
10 ◙
11 ♂
12 ♀
13 ♪
14 ♫
15 ☼
16 ►
17 ◄
18 ↕
19 ‼
20 ¶
21 §
22 ▬
23 ↨
24 ↑
25 ↓
26 →
27 ←
28 ∟
29 ↔
30 ▲
31 ▼
32 (espaço)
33 !
34 “
35 #
36 $
37 %
38 &
39 ‘
40 (
41 )
42 *
43 +
44 ,
45 –
46 .
47 /
48 0
49 1
50 2
51 3
52 4
53 5
54 6
55 7
56 8
57 9
58 :
59 ;
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61 =
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63 ?
64 @
65 A
66 B
67 C
68 D
69 E
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73 I
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199 Ã
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201 ╔
202 ╩
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205 ═
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209 Ð
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211 Ë
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224 Ó
225 ß
226 Ô
227 Ò
228 õ
229 Õ
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231 þ
232 Þ
233 Ú
234 Û
235 Ù
236 ý
237 Ý
238 ¯
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243 ¾
244 ¶
245 §
246 ÷
247 ¸
248 °
249 ¨
250 ·
251 ¹
252 ³
253 ²
254 ■
255 (parágrafo)
256 (parágrafo)
257 ☺(repete ALT+1)
258 ☻(repete ALT+2 e assim por diante)

Roubo nº 2

Copiado sem autorização (quer dizer, roubado) daqui. O título do post é “Saiba”.

Que seus amigos vão se decepcionar pelo menos três vezes com você ao longo de sua vida. Que o volume do som dos intervalos comerciais da TNT e da FOX sempre serão mais altos. Que filmes dublados tiram toda a graça. Que seu cartão não vai passar um dia e você, sim, vai passar vergonha. Que sua mãe vai te encabular na frente dos seus amigos. Sua avó terá um neto preferido. Que incenso e maconha são complementares quando se é adolescente. Que toda família tem um segredo. Que você terá que usar pelo menos uma peça de roupa usada. Que você vai ter uma doença, vai ser assaltado, vai sofrer um acidente. Que a maioria dos seus amigos acredita em astrologia sem entender bem o que é. Que vai perder um relógio, uma chave e um guarda-chuva. Que vai ouvir falar em diversos tipos de superstição, mas nenhum deles é relevante. Quando se é adolescente tudo em você é desproporcional e todas as pessoas mudariam algo em si. O buraco (que não é buraco) da camada de ozônio é culpa dos carnívoros. Giz de cêra é cheiroso, mas não é comestível (a regra se aplica ao creme dental, à massinha e ao batom de sua amiga. Jovens gays têm que aprender a correr antes de se revelarem. Todo filme tem um erro, pelo menos. Os fios de aparelhos eletrônicos não devem ser dobrados. Poucas pessoas sabem do conteúdo básico de etiqueta. O tamanho das roupas de uma loja pra outra pode variar. O Brasil sempre será mal visto pelo mundo. Jornalistas precisam ser mimados com brindes e presentes. A moda é cruel, elitizada, rápida e nunca alcançável. É necessário saber cozinhar pelo menos um prato. Cerveja cura ressaca. É melhor ser asalariado, a menos que queira ser safenado. Pensar em doce engorda, passar vontade engorda o dobro. Não existe chefe perfeito. Câncer de pele existe. Terapeutas e psicólogos não são parte de uma raça superior e dona da verdade. Um amigo médico pode mudar seu fim de semana com apenas um carimbo. A maioria dos seus amigos quer “economizar e emagrecer”. Nordestinos não têm tecla SAP. Todos têm um professor predileto. Entrar no mar está fora de cogitação. Todo mundo compra algo que nunca irá usar. Nunca leve Kaiser a um churrasco. Nunca chore antes de se deitar. Tudo em exagero é ruim, menos sapatos. Que 95% da população mundial tem parasitas no intestino. Cílios grandes e cabelo liso são motivos de inveja até de seus melhores amigos. Dois “eles” e “y” não!

Roubo nº 1

Copiado sem autorização (quer dizer, roubado) daqui.

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quantos dias sem emprego são precisos pra vc se sentir inutil?
quantas noites sem dormir pra se sentir insone?
quantos meses sem ng pra se sentir carente
quantas vidas sem sentido pra se sentir perdido?
quantas calorias pra se sentir gordo
quantos caminhos pra nao saber pra onde ir
quantas escolhas pra se ter duvida
quantas duvidas pra nao ter nenhum objetivo
quantas contas pra se sentir falido
quantos quilometros pra saber que esta longe
quantos amigos pra se sentir feliz
quantas baladas pra se sentir bohemio
quantas vodkas pra sociabilizar
quantos livros pra ser culto
quantos filmes pra se emocionar
….
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Dia de sono

Estou com sono – pouco mais de 36 horas sem dormir. Sei que para muita gente não é nada, mas para mim é um recorde – que eu não gosto de ter batido, aliás; prefiro bater recordes de tempo que passo dormindo (máximo de 12 horas até hoje – sem contar quando eu era bebê, é claro).

Este post deve ser efeito do sono, pois eu não tenho do que falar, logo, não teria motivos para postar. Ou então meu superego está dormindo tb e meu id tomou conta e resolvi escrever sobre coisas que eu não escreveria se estivesse com o sono em dia. Aliás, só com muito sono para confiar nesse papo de superego e id.

* Estou ouvindo um CD de uma dupla chamada Indigo Girls. Não gosto muito desta história de crianças indigo (imagina se forem que nem as crianças que apresentam os desenhos matinais do SBT!!..), mas a dupla é muito boa. Bom, eu achei, pelo menos, estou gostando de ouvir. A melhor música, até agora, é Three Hits, e o CD é Rites of Passage (que, com meu inglês tosco, pensei que fosse “Passagens da Rita”, mas depois me dei conta que é mais provável que seja “Ritos de Passagem”, mas tb não interessa). Li em algum lugar que elas surgiram em um festival chamado Lilith-alguma-coisa-em-inglês (ou alguma-coisa-em-inglês-Lilith ou ainda alguma-coisa-em-inglês-Lilith-alguma-coisa-em-inglês), que foi um festival organizado por uma mulher que ouviu de um produtor de um outro festival que não seria muito legal que, durante os shows, uma banda feminina sucedesse imediatamente outra (quer dizer, tinha que ter uma banda masculina entre as duas) e, à parte possíveis metáforas sociais que isso represente, é realmente rídicula a idéia do cara, entre outras coisas porque bandas masculinas sucederiam-se necessariamente (já que geralmente há menos bandas femininas e tal). Aí ela organizou um festival (o Lilith-etc…) só de bandas femininas e cantoras, que rolava em diferentes cidades e cuja renda sempre era revertida para alguma ONG voltada às mulheres naquela cidade. Alguém poderia fazer isso aqui no Brasil, aliás (se já fez, poderia divulgar mais até chegar nos meus ouvidos, e também ao de outras pessoas, claro).

* Marquei com uma amiga minha hoje: 11 horas aqui em casa. Nada demais, só para bater papo mesmo. Sou uma pessoa muito desorganiza, distraída, etc. Mas adoro pontualidade e sou pontual. Por isso, exijo também pontualidade, mas sem paranóias. Mas falta de consideração me irrita profundamente. Se vc marca com alguém e não pode ir, não há o menor problema: liga, manda e-mail, mensagem de celular, manda recado por alguém, pela rádio, sinal de fumaça, ou vai lá e avisa que não vai poder ir. Mas deixar alguém esperando é muito, muito foda. E ainda por cima chegar como se nada tivesse acontecido, “vamos lá em algum lugar?”, “tá, deixa eu só resolver umas coisas aqui.”, “não então deixa; vou indo, tchau!”.
Pode ser que, por exemplo, a outra pessoa tenha chegado tarde em casa, umas seis da manhã, digamos, e tenha pensado “bá, marquei às 11 horas, melhor nem dormir senão não acordo”, porque a outra pessoa tem consideração. Aí chega 11 horas, a criatura morrendo de sono pega e liga para a primeira “e aí, vc vem?”, “claro!” e vem mesmo, mas três horas depois.
Claro, não morri por isso, mas é muito inconveniente e, de qq maneira, para mim é sinal de desconsideração, de que tá pouco se fudendo para mim. O que é um direito de qualquer pessoa, tão legítimo quanto o meu direito de aplicar o princípio da reciprocidade (se o Brasil pode fazer isso com a Espanha, eu posso fazer com as pessoas), mas menos por retaliação, e mais porque a pessoa, agindo assim, faz com que eu perca meu interesse por ela.

* Por fim, sei lá, nada mais o que dizer.

Perfeição

Li esta quadrinha num desses emails que as pessoas insistem em encaminhar eternamente para todas as pessoas que estão na sua lista de contatos. Uma das poucas coisas interessantes que encontrei em um fwd:

“Quem faz muito erra muito.
Quem faz pouco erra pouco.
Quem não faz nada, não erra.
Quem não erra é promovido.”

Ass.: A.S.

Eu vivo reclamando que ninguém me ama e ninguém me quer. Me apaixono, sofro e desapaixono; juro que “nunca mais!” (fico cantanto “a paixão já passou em minha vida, foi até bom mas ao final deu tudo errado, agora carrego em mim…” pelo cantos), e me apaixono de novo. Deve ser karma.

Mas eis que descubro uma admiradora secreta (aliás, sou descoberto por uma). Me achando – tem mulher prá tudo mesmo, veja só: – gostoso. Ótimo: gosto não se discute. Se queria me chamar a atenção, conseguiu, parabéns. SMS vai, SMS vem (era mais romântico quando era por cartas, mas ok), e a menina conseguiu, além de me chamar a atenção, me despertar um certo interesse. O que é um feito, porque apesar de eu apoiar e adorar garotas que tomam a iniciativa (eu devia fazer uma comunidade assim no Orkut – mas eu não tenho Orkut, pensando bem), eu gosto de ver seu rosto ou, pelo menos, saber seu nome. Despertou, então, meu interesse.

Eu, fui levando: elogia daqui, devolve elogio dali, “vc é mto intelig.”, “vc é um gt.”, “posso t fzer perg.?”, “pode sim, gtinho gost.”, etc. Mas, dali a pouco, o interesse, da minha parte, foi aumentando. E eu sugeri que nos encontrássemos, para nos conhecer. “Já nos conhec. Vc já falou cmg.”, “Qdo?”, “se vc ñ lembra…”. Pois é, na minha cabeça, passa-se algo como “e eu vou saber quem é você?!? Falo com muita gente todos os dias, e como eu vou adivinhar que é você?? Eu não tenho bolinha de cristal, baby”, mas no SMS só vai o “Não tenho bolinha de cristal”, sem o “baby”.

Mais SMS vão e vem, e a garota resolve me informar que não se sente à vontade para se expor. Aff…

Puta que o pariu: a garota tem coragem de entrar em contato comigo, transpareceu nas entrelinhas das “msgns” levar uma vida bem legal, ter uma “kbç” legal, fuma (não que fumar seja bem uma qualidade, mas é melhor dois fumantes ativos do que somente um passivo), é divertida, diz que me conhece, e não se sente à vontade para se expor.

EU também não me sinto nem um pouquinho à vontade de me expor: vai que é trote (o que já aconteceu comigo), vai que é uma criança de 10 anos maluca, vai que é sequestro-relâmpago, ou falso sequestro, sei lá quem está por trás do outro celular!!! Mas, mesmo assim, eu deixei bem claro que corria o risco. Eu sei que a criatura tem TODOS os motivos do mundo para temer se expor: um fora, ser ridicularizada, humilhada, estuprada, qualquer coisa assim. Mas, como eu disse para ela, se teme isso de mim, não diga que me conhece e parte prá outra então. Há também a timidez, a vergonha, etc. Mas eu deixei claro: você é bem-vinda. Se não rolasse nada, tudo bem, fizemos uma amizade, bem inusitada, aliás. Mas, não. A criatura continua lá, batendo siririca pensando em mim (pelo que deu a entender, pelo menos) todo santo dia, e eu aqui, fudido sem nobody (estou estudando inglês, viu só?), todo complexado porque nenhuma “ninguém me ama, ninguém me quer”.

Eu entendo bem a posição dela. Mas, então, não mande mensagem. Quando eu sei que não tenho coragem de aparecer para alguém que eu estou a fim, afim (junto, separado, sei lá!), não deixo nem transparecer que estou afim, a fim, enfim… Se eu mando cartinha secreta, faço na perspectiva de que pode ser que eu tenha que aparecer. Enrolo, mas um dia vou (já fiz isso uma vez, ai que vergonha).

Se por um lado eu entendo ela (existem dois sentidos para compaixão: ter dó e “sentir junto”; em relação a ela, me coloco no segundo caso), por outro fico muito bravo: que droga, mas uma vez vai tudo por água abaixo!!

Meu conselho (sim, o texto acabou e nada mais interessante vai vir; este é um adicional supérfluo e desnecessário que você não precisa ler) é: se ficar afim, ou a fim, de alguém, vai lá e fala, ou fica na sua (“eu gosto tanto de você que até prefiro esconder, deixo assim ficar subentendido…”), porque você pode, mesmo sem fazer a outra pessoa sofrer, desgastar um pouco mais o ânimo dela para coisas como amor e paixão. Até o dia em que tal pessoa não dirá “eu desisto!”, mas apenas desistirá, silenciosamente, de querer gostar de alguém.

Enquanto isso, na Espanha…

El Poder Judicial estudia la suspensión del juez que obstruyó una adopción por parte de una lesbiana” (El País)

Além de falar espanhol, que é uma língua em que até os palavrões soam bonitos (como também o francês), a Espanha ainda tem espanholas bonitas. Como se não bastasse apenas isso, lá ainda têm posturas como esta, noticiada no site do jornal El País.
Eu amo a Espanha.