Esse é um curta de dez minutos que assisti no Porta-Curtas, chamado Homofobia. A atuação é um pouco ruim, me pareceu a princípio, mas eu também não assisti com atenção. Caso você queira ver o curta antes de ler meus comentários, ou sem saber dos meus comentários, eis o link:
E, agora, meus comentários (coloquei depois do link porque eu comento coisas do filme, e é muito chato alguém entregar partes de um filme antes de assisti-lo):
Li comentários de pessoas dizendo que é um horror associar homossexualidade e drogas, já que os gays que aparecem no curta cheiram cocaína. Eu também acho um horror essa associação. E também li pessoas criticando o fato de o rapaz ter “se entregado ao seu agressor”. Outro horror com o qual eu concordo. Mas, acho eu, esse filme é apenas uma maneira de apresentar a homofobia: não necessariamente uma pessoa usa drogas e é homossexual: eventualmente sim, eventualmente não; não necessariamente uma pessoa apanha e depois “se entrega” a quem lhe agrediu porque é homossexual: eventualmente sim, eventualmente não. Quer dizer, porque o filme mostrou um gay que cheira e dá para um cara que bateu nele, não significa que o filme queira dizer que todos os gays cheiram, nem que dêem para quem bateu neles – são só possibilidades, e o filme apresentou uma possibilidade. Acho que criticar isso nesse filme é levar a sério demais a história (como pular da cadeira quando um trem vem em direção à câmera, ou fundar uma associação chamada “Salve o E.T. do filme”).
Os atores são um pouco ruinzinhos, com atuações meio forçadas. A namorada do homofóbico é muito politicamente correta (trabalha em ONG), santa demais, e eu acho que é um pouco forçação de barra, também, mas não chega a ser uma crítica.
Mas o curta vale a pena pela história, e pela idéia de que homofobia provavelmente é sintoma de recalque, medo de expor a própria homossexualidade.