Flores in the head

Eu me torno em uma pessoa muito chata quando me apaixono. Espero que não para a pessoa por quem me apaixono.



Me torno uma pessoa chata porque daí só fico falndo disso.



Eu não sou uma pessoa que se possa dizer experiente nesse terreno de manter um relacionamento amoroso por mais tempo do que a validade de um leite longa-vida. Aliás, só uma vez tive uma oportunidade concreta, mas eu tinha 14 anos e naquela época larguei tudo para, veja só, servir ao senhor.



Depois disso (de ir nessa de servir ao senhor), conversa daqui, coisas dali, beijo de lá, mas nada que durasse, como eu já disse, mais tempo do que um leite longa-vida.



É que as pessoas têm, eu acho, a mania de dissociar amizade e amor, e ninguém tem obrigação de ser diferente disso. Quer dizer, todo mundo ama seus amigos, mas – pelo menos no caso das pessoas que conheci – ninguém tem amizade por quem ama.



As pessoas dissociam muito sexo de amizade. E não estou falando de fazer sexo com amigos (nada a dizer contra e nem a favor, é que não é esta a questão). Você não pode dormir com a pessoa que é a sua melhor amiga (estou falando, espero que tenha dado para notar, de mim – conheço casais que funcionam assim e, claro, não participo de nenhum deles). Você pode até transar com ela, mas não namorar (mais um parêntesis, mas só para fazer uma observação: me sinto uma peça de museu falando “namorar”).



E isso é que fode (no sentido figurado) minha vida amorosa. E eu também não sou flor que se cheire: em certas ocasiões eu demoro para confiar. Aliás, na maioria.



Mas como, enfim, o mundo dá voltas, lá vou eu de novo me apaixonar.







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