… talvez fique até horrível, mas mesmo assim vou dizer como eu faria o clipe para a música “O bêbado e a equilibrista” cantada por Elis, a Regina.
No começo, tem aquela introdução, sei lá que instrumento deve ser, eu sei que não é uma gaita de foles, mas é a única coisa que vem à minha mente. Bom, durante aquela introdução, aparece uma menina, estatura mediana, cabelos pretos, lisos e curtos, estilo Amélie Poulan (não deve estar escrito corretamente) mas em formato de capacete, boca bem vermelha, jaqueta de brim, calça idem, camiseta preta, tênis branco, e uma mochila roxa com preta. Ela está dentro de um ônibus, o queixo escorado na mão e a cabeça bem próxima à janela, vendo a paisagem. Ela desce do ônibus e começa “Caía a tarde feito…”, a parada fica embaixo de um viaduto. Ela vê um bêbado trajando luto, sorri para ele, e recebe, de volta, uma reverência. Ela atravessa uma avenida, por baixo do viaduto, e aparece o bêbado fazendo (ir)reverências mil, em primeiro plano, e a menina de costas, lá embaixo, entrando em uma rua transversal ao viaduto.
Ela dobra uma esquina e vai andando pela cidade, sem prestar a atenção em nada de especial, e nos meio-fios, em cima dos telhados, nas antenas de TV, em cima dos edifícios, nos fios de luz, equilibristas vestidas de bailarina dançam nas corda-bambas, de sombrinha.
Quando chega na parte do “Mas sei, que um amor assim, pungente, não há de ser…”, a menina senta na soleira de uma porta, deixa a mochila entre as pernas, e observa as equilibristas que passam, com um sorriso pensativo.
Na parte do “Azar, a esperança equilibrista…”, a menina levanta-se e começa a caminhar, no meio da rua, em cima daqueles tracejados brancos pintados em cima do asfalto.
Quando começa a música instrumental igual à do início da canção, o bêbado com chapéu-côco faz uma reverência a uma equilibrista que passa equilibrando-se nas bordas do viaduto, e ela devolve a reverência.
Depois disso, até morrer o som, uma equilibirsta equilibra-se em cima de um dos trilhos do trem.