Coisas aleatórias

Existem aquelas pessoas que eu amo. São pessoas que por algum motivo me fazem bem emocionalmente, que aumentam o prazer que eu tenho de viver.

Existem aquelas que eu detesto. São pessoas desagradáveis, que mesmo sem tocar em mim, fazem com que o meu corpo sinta-se como se estivesse doente.
A melhor coisa que eu posso fazer pelas pessoas que eu amo é amá-las – e amar alguém sempre depende da pessoa que se ama, pois não é o mesmo amor para uma e para outra pessoa (“não é o mesmo amor” não significa que seja mais ou menos amor para uma ou outra pessoa).
As pessoas desagradáveis não merecem, por sua vez, meu ódio ou a minha oposição. Eu reajo na mesma medida a alguém por quem me agrado. Mas evito, a menos que seja necessário, reagir às pessoas desagradáveis. Com elas, eu exercito minha capacidade de desprezo, de indiferença. Não merecem que eu me desgaste em dedicar algo, mesmo que seja meu ódio, contra elas. Odiar alguém dá trabalho – e que consideração seria, da minha parte, me desgastar tanto assim por alguém. Amar também dá trabalho, mas é que nem trabalhar em algo que você gosta. Odiar é trabalhar em algo ruim, sujo, que cheira mal; às vezes é necessário, mas mesmo assim só por pouco tempo, caso seja. Prefiro ignorar, como quem ignora qualquer coisa que seja irrelevante. Ignora-se coisas que não acrescentam em nada se damos atenção a elas, e que prejudicam, se recebem essa atenção. São coisas como o tempo que leva a gravidez dos unicórnios, ou as medidas e proporções exatas dos itens da bandeira – a menos que você escreva livros ou faça bandeiras, são coisas que não interessam, irrelevantes (eu gosto de unicórnios e da bandeira, só não me interesso pela gravidez do primeiro, e pelas medidas e proporções do segundo).
É só uma questão de aprender a neutralizar o desconforto que tais pessoas produzem, como um campo de força emocional,  algo que gaste o mínimo de energia mas que mantenha a desagrabilidade que causam longe.