Photo by Miguel Bruna on Unsplash
A realidade espiritual é muito diferente de espasmos espirituais, que até podem inserir alguém na realidade espiritual, mas no fim são experiências físicas, psíquicas e emocionais.
A realidade espiritual não existe sem estar em paralelo com a realidade natural. Estes espasmos espirituais são saltos que não sustentam um vôo, e sempre se retorna à terra. Agora, vivida em paralelo com a realidade mais natural que – já – conhecemos, a realidade espiritual ganha corpo, talvez até asas, e certamente pernas. Ficar aqui é insuficiente, mas fugir daqui não leva a nenhum lugar, seja espiritual, seja natural (físico, emocional, psíquico).
Apesar deste paralelismo, a natureza não compreende o que é espiritual, e por isto só é possível falar da espiritualidade até certo ponto, a partir do qual só a experiência espiritual é posśível. Mesmo assim, esta experiência espiritual será uma fuga se não estiver em paralelo com a vida e o mundo cotidiano, mas é esta rota de fuga (da matéria e da alma) que seitas e aproveitadores deste tipo aproveitam para oferecer a título de espiritualidade.
A vida “funciona” sem espiritualidade nenhuma, mas tudo o que a sustenta tende a se tornar maior do que a vida, e acaba se degenerando na ganância de um crescimento ilimitado, não da vida, mas do que a sustenta.
E para que a vida vá além de uma função de vida, e para que a espiritualidade não se torne uma rota de fuga, é necessário que a vida e a espiritualidade aconteçam em Cristo, dentro de uma realidade renovada mas inserida dentro da realidade comum que conhecemos bem.