Rockxixe

Uma análise um pouco mais criteriosa e apenas um pouco menos passional dos fatos (se você, como eu, não tem a menor paciência de ouvir chororô de gente descornada e outros afins, visite meus links, que são muito interessantes, e não perca seu tempo lendo este post).

Eu sei quando uma pessoa, mesmo convivendo comigo, pode ser nociva. Não que essa pessoa seja o fel em si (eu não sei bem o que é fel, mas boa coisa não deve ser), mas o que não faz mal a uma pessoa pode até ser fatal para outra (um exemplo disso é aquele meninnho do filme Meu Primeiro Amor, que morreu de picada de abelha) (aliás, fizeram uma continuação desse filme – um contrasenso chamado Meu Primeiro Amor 2 – muito ruim, que parece com os novos mutantes, os quais podem muito bem ser novos, mas não têm nada de Os Mutantes).

Mesmo sabendo que uma pessoa pode ser nociva… O problema é que eu fiz exatamente aquilo que eu critico nas outras pessoas: achei que poderia mudar alguém. Não que eu pense que uma pessoa pode mudar outra. Mas pensei que eu pudesse mostrar que existem coisas legais em não se viver uma vida de verme – não que a vida que eu leve seja gloriosa, esplendorosa, e que eu não tenha meus dramas, meus traumas e meus contrasensos absurdos, mas não levo uma vida de verme.

Falando bem por cima e superficialmente, viver uma vida de verme é fazer da condição de parasita um modo de vida. Não que seja possível não ser nunca parasita: você sempre parasita aquilo do que você gosta. Parasitar, neste caso, não é algo degradante. É só mais uma dentre tantas maneiras pelas quais se estabelece uma relação com uma pessoa ou com outra coisa – e nunca se tem apenas uma relação com uma pessoa. Mas fazer do parasitismo um modo de vida é depender dessa condição de parasita, é ser parasita quase full time.

E tudo bem que uma pessoa queira ser parasita. É um modo de vida. Mas muitas pessoas se fodem querendo parasitar, acabam sendo nocivas a si mesmas. E certas pessoas acabam vivendo dessa maneira.

Não que eu tenha sido a pessoa parasitada – eu teria que ser muito interessante para que isso acontecesse. Mas praticamente tudo é passível de ser parasitado: um marido rico, uma esposa submissa, os pais de alguém, e também é possível parasitar o próprio passado, por exemplo.

***

Eu detesto pessoas humildes – quero dizer, pessoas que compreendem “humildade” como “pedir desculpas por existir”. Por isso, espero não parecer humilde. Mas sou uma pessoa muito tolerante com a cavalice e a grosseria alheia. Já levei as patadas mais fortes, já passei por grosserias muito além do simples ouvir desaforos. E às vezes preferi continuar a amizade com quem me sentou as patas ou fez alguma grosseria para mim, por diversos motivos. Mas uma patada, ou uma grosseria, depende menos do seu conteúdo, da grosseria em si, do que do contexto e da situação – e da pessoa – de onde veio.
Por isso, dessa vez, vou me ofender com isso.

Não importa que se perca um relacionamento muitas vezes legal e interessante. Não importa que eu tenha medo que uma pessoa se foda de vez na vida (o que eu realmente espero que não aconteça – existem muitas maneiras de não se ferrar na vida e espero que a criatura descubra-as), não importa que eu possa estar jogando fora uma convivência legal, não importa o que eu tenha descoberto nessa pessoa e em mais ninguém – e nem o meu medo de não encontrar mais isso; não importa.

Não importa e nem desimporta nada. Não me sinto melhor nem pior fzendo isso. Eu nem deveria estar escrevendo tudo isso.

Só que, desta vez, não ficou tudo bem.