Os mitos e sua influência no mundo moderno

Este título é de um texto muito mais relevante e interessante (outras qualidades do texto que tem, originalmente, este título: foi feito por uma causa melhor – passar no vestibular; o assunto deste texto é muito mais pertinente ao mundo em que vivemos, quero dizer, vou falar também de um assunto pertinente ao mundo em que vivemos, mas o texto de onde roubei o título fala de um problema maior do que o meu; além do mais, falando em estilo, o texto que teve seu título roubado por mim tem um estilo muito melhor do que o que escreverei). Roubei-o porque também vou falar de mitos. De uma maneira mais tosca, é verdade. Como eu não posso copiar o texto e dizer que é meu, nem teria graça copiá-lo aqui, roubo o título, fazendo ao mesmo tempo uma homenagem ao texto original e fazendo referência a um texto melhor do que o meu, na esperança de que, de maneira meio subliminar, as pessoas achem meu texto legal, no mínimo, por ter um título legal que não é porque foi roubado que perde seu valor. Claro que, se eu não tivesse roubado o título, eu não teria que gastar tanto fôlego apenas para me explicar. Mas, tudo bem, eu gosto de escrever.

Em 13 de abril de 2029, um asteróide vai passar de raspão pela Terra, na mesma altura em que ficam os satélites, só para ter uma idéia do quão perto o asteróide vai ficar.
No site do jornal El País, de onde eu tirei essa informação, colocaram um vídeo junto com a reportagem. O vídeo, pouco criativo, mescla cenas de Armagedom e falas de físicos explicando como será o futuro (não todo o futuro, só o do asteróide).
No vídeo, o físico deixa bem claro que não precisamos nos preocupar, existe uma chance entre 50.000 de que o asteróide bata na Terra e, se der a zebra, ainda assim a União Européia tem um plano para nos salvar.
Mas não foi o asteróide, a União Européia, nem o que o físico falou para acalmar o restante dos terráqueos. Foi como ele falou.

Sabe como você falaria com sua mãe se tivesse se acidentado de carro e, depois de sair do hospital, fosse contar para ela? “Oi mãe, assim, não te assusta, está tudo bem, mas eu me acidentei de carro, mas já me medicaram e eu estou ok.”
Não sei se isso está claro. Você fala com toda a calma, para não alarmar, não assustar o coração da sua pobre mãe, fala com jeito, com calma, sorrindo, como se não fosse nada, até sorri enquanto fala, parece até que está falando da novela ou contando um causo sem importância.
Bom, não sei se deu para entender o que eu disse, mas era dessa maneira que o físico dizia “mas existe somente uma chance em 50.000 de que o asteróide nos acerte, e temos um plano para evitar que isso aconteça, caso corramos esse risco”.
Porque ele falou desse jeito? Porque a população pode se alarmar, pessoas podem se matar, seitas tomarão veneno para encontrar o senhor antes do juízo final, as lojas serão saqueadas, o caos tomará conta do mundo e não haverá mais nada para o asteróide destruir já que a população já terá toda morrido devido ao pânico que se formou.
Mas, com exceção do filme Armagedom e outros do gênero, e da imaginação dos físicos, alguma vez já se viu acontecer isso?
A mesma coisa sobre o suicídio. Não se divulga notícias sobre suicídio porque as pessoas tem medo que algum maluco se anime a se matar, já que leu no jornal que o vizinho fez isso.
Claro, ao que me conste, ninguém se mata porque o vizinho se matou. Mas quem se preocupa com isso? Ninguém parou para pensar que, se for assim, homicídios não deveriam ser noticiados porque alguém pode ficar com vontade de matar os outros porque viu o comando vermelho dando tiros no Rio de Janeiro? Não se poderia falar de países árabes na TV, pois se correria o risco de que todo mundo quisesse virar muçulmano.
Claro que, eu também acho, dependendo de como se notícia um suicídio, é bem capaz mesmo de aparecer uma carta de despedida dizendo que a criatura se matou porque leu no jornal. Mas é só falar com jeito.
Tenho uma professora (não tenho mais aulas com ela, nem a vi nunca mais, mas ainda a considero minha professora porque até hoje ainda aprendo com ela) que dizia que vocÊ pode falar qualquer coisa, para qualquer pessoa, em qualquer momento, basta você falar da maneira certa.
Quer dizer, são mitos: o mito de que o mundo entrará em pânico se disserem que tem um asteróide vindo em direção À terra, e o mito de que as pessoas se matam porque leram no jornal.

Não é nada, talvez seja implicância minha. Mas se continuarem tratando as pessoas, o populacho, o povão como criança, continuaremos tendo uma população com o mesmo nível mental das crianças do prezinho.