Eu gostaria de saber porque é tão fácil de eu me apaixonar. É simples como um olhar, ou como ver a lua. Deve haver algum motivo… Basta bater uma brisa leve e pronto: me apaixonei. De novo.
Deve ser o tal eterno retorno. Fora as citações sobre o assunto, o único lugar onde me lembro de ter lido esse conceito de Nietzsche foi no livro Assim Falou Zaratustra. A idéia geral – pelo que eu lembre – é de uma pessoa que sai de debaixo de um arco, dá uma volta no mundo e chega no mesmo lugar pelo outro lado. Não sei o que significa o eterno retorno, mas um bom exemplo sou eu me apaixonando.
Adoro me apaixonar. Adoro olhar nos olhos de alguém e sentir ali alguma coisa como a primavera, ou como a água de um rio ou do mar. Mas esse é só um lado do tal portal. Tenho medo que o outro lado seja como era das outras vezes.
Eu não peço à chuva que preste atenção se o povo lá de cima vive na solidão. Peço que me diga se o povo lá de cima também vive na corda bamba de sombrinha, sem saber se fica contente ou triste por se encantar de novo com o olhar de uma pessoa.