Meu blog é pouco comentado, o que é a base da minha suposição de que seja pouco lido. Da última vez em que escrevi algo semelhante, surgiram duas ótimas leitoras que são ainda melhores autoras, com dois blogs muito interessantes (digo o mesmo de suas vidas, que volta e meia aparecem nos seus blogs). Apareceram, depois, outros comentários, pelo que eu me lembre todos interessantes, o que me faz supor que o meu blog seja o mais bem-frequentado do mundo – ao mesmo tempo em que é o menos frequentado.
É um blog seletivo, talvez. Não sei mais se essas pessoas lêem essa bagunça que são minhas idéias (onde às vezes aparecem pedaços da minha vida), mas é interessante escrever para, virtualmente, ninguém.
Existem três tipos de, digamos, público para quem eu escrevo.
Primeiro: eu. Por mais que eu tenha ânsias de apagar tudo o que escrevi depois que publico, seja por mudança de opinião, falta de clareza ou por achar irrelevante o que escrevi, e por mais que eu realmente releia algumas coisas e pense em processar as pessoas que disseram que eu era uma pessoa alfabetizada, ainda assim gosto do que escrevo, pelo menos enquanto estou escrevendo. É livrar-se de algo que estava incomodando. Não que eu escreva sobre coisas que me incomodem (que, de qualquer modo, também são assunto), mas me incomoda ter vontade de dizer e, às vezes, não ter onde – e essas coisas vão para o blog. Coisas legais e chatas, agradáveis e incômodas.
Segundo: as pessoas que já comentaram. “50%” significa que tanto pode ser quanto pode não ser. É uma porcentagem agnóstica, que diz “não sei”. Existe 50% de chances de que as pessoas que já comentaram, e que portanto leram, voltem para ler de novo. Eu não sei se lêem, porque ninguém comenta – e não se trata, aqui, de pedir “comentem!”. E digo por experiência própria, porque acompanho uns três ou quatro blogs interessantes sem dar um pio. Mas não consigo deixar de pensar que essas pessoas lerão algum post. É como se fosse um hábito: não sei se me lêem, e não tenho porque pensar que de fato isso aconteça, mas sempre penso nesse “público”, quase como um reflexo condicionado.
Terceiro: pessoas eventuais. Vale praticamente o mesmo que para o segundo grupo, com a diferença de que nunca vou saber que estiveram por aqui – novamente: isso não é um pedido de “comentem!”. Se for só para dizer “estive por aqui”, não diga. Vivemos em um país livre, é claro, ou, pelo menos, eu não mando e você, portanto você não tem obrigação de seguir minha recomendação. Mas para mim não fará a menor diferença esse tipo de comentário. O silêncio, nesse caso, me fará muito feliz.
Com excessão de “moi”, o restante do meu público é virtual. Quero dizer: um blog já é uma coisa virtual, mas sempre suponho que quem o leu, comentando ou não, exista concretamente. Mas escrevo para… não posso dizer “para ninguém”, por causa dos 50%. É como se eu escrevesse para potencialidades, possibilidades. Eu poderia imaginar, por exemplo, que escrevo para macacos, ou civilizações alienígenas. Claro que, na prática, suponho que sejam pessoas. Mas é mais uma maneira de dizer, porque eu apenas escrevo para, com excessão de mim, por escrever. Tive sorte de apenas gente interessante ter comentado até agora. Mas esse blog é, com todas as limitações e censuras que eu me imponho, a coisa mais sincera, ou, pelo menos, mais completa, sobre mim.
É um blog seletivo, talvez. Não sei mais se essas pessoas lêem essa bagunça que são minhas idéias (onde às vezes aparecem pedaços da minha vida), mas é interessante escrever para, virtualmente, ninguém.
Existem três tipos de, digamos, público para quem eu escrevo.
Primeiro: eu. Por mais que eu tenha ânsias de apagar tudo o que escrevi depois que publico, seja por mudança de opinião, falta de clareza ou por achar irrelevante o que escrevi, e por mais que eu realmente releia algumas coisas e pense em processar as pessoas que disseram que eu era uma pessoa alfabetizada, ainda assim gosto do que escrevo, pelo menos enquanto estou escrevendo. É livrar-se de algo que estava incomodando. Não que eu escreva sobre coisas que me incomodem (que, de qualquer modo, também são assunto), mas me incomoda ter vontade de dizer e, às vezes, não ter onde – e essas coisas vão para o blog. Coisas legais e chatas, agradáveis e incômodas.
Segundo: as pessoas que já comentaram. “50%” significa que tanto pode ser quanto pode não ser. É uma porcentagem agnóstica, que diz “não sei”. Existe 50% de chances de que as pessoas que já comentaram, e que portanto leram, voltem para ler de novo. Eu não sei se lêem, porque ninguém comenta – e não se trata, aqui, de pedir “comentem!”. E digo por experiência própria, porque acompanho uns três ou quatro blogs interessantes sem dar um pio. Mas não consigo deixar de pensar que essas pessoas lerão algum post. É como se fosse um hábito: não sei se me lêem, e não tenho porque pensar que de fato isso aconteça, mas sempre penso nesse “público”, quase como um reflexo condicionado.
Terceiro: pessoas eventuais. Vale praticamente o mesmo que para o segundo grupo, com a diferença de que nunca vou saber que estiveram por aqui – novamente: isso não é um pedido de “comentem!”. Se for só para dizer “estive por aqui”, não diga. Vivemos em um país livre, é claro, ou, pelo menos, eu não mando e você, portanto você não tem obrigação de seguir minha recomendação. Mas para mim não fará a menor diferença esse tipo de comentário. O silêncio, nesse caso, me fará muito feliz.
Com excessão de “moi”, o restante do meu público é virtual. Quero dizer: um blog já é uma coisa virtual, mas sempre suponho que quem o leu, comentando ou não, exista concretamente. Mas escrevo para… não posso dizer “para ninguém”, por causa dos 50%. É como se eu escrevesse para potencialidades, possibilidades. Eu poderia imaginar, por exemplo, que escrevo para macacos, ou civilizações alienígenas. Claro que, na prática, suponho que sejam pessoas. Mas é mais uma maneira de dizer, porque eu apenas escrevo para, com excessão de mim, por escrever. Tive sorte de apenas gente interessante ter comentado até agora. Mas esse blog é, com todas as limitações e censuras que eu me imponho, a coisa mais sincera, ou, pelo menos, mais completa, sobre mim.
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