Futura

Este blog está virando bundão. Chatinho, sem assunto, maré calma, só falta uma pelota de pó passar rolando como nos filmes de faroeste. Estará virando um diário?



Agora, por exemplo, vou escrever sobre uma preferência televisiva minha: o canal futura.



No RS, existem dois canais mais ou menos alternativos para você escolher fora do sistema Globo-SBT-Record: a TV2 Guaíba e a TVE.



A Guaíba é um canal exclusivamente gaúcho, muito legal porque passa filmes, seriados e documentários antigos: às vezes passa Sabrina, Aprendiz de Feiticeira, já assisti Barrados no Baile, Missão Impossível original, quando tinha um laptop que falava com o velinho grisalho, explicando a missão e dizendo que, se o grupo fosse pego, o ministério negaria qualquer conhecimento, e que a mensagem vai se auto-destruir em cinco segundos, o que é a deixa para sair uma fumacinha do laptop com cara de Pense Bem.

 Heheheh, muito bom. O problema é que enjoa. Coisas antigas são muito legais, mas eu, pelo menos, sinto falta, depois de um certo tempo, do visual clean das coisas feitas atualmente. Não assisti ao filme Missão Impossível, mas assisto outro seriado, chamado Aliás, que é atual e muito parecido com o outro, e vejo que os problemas que eles resolviam naquela época com uma antena parabólica portátil do tamanho de uma mesa, agora são resolvidos com uma escuta do tamanho de uma ervilha e invasão de redes.





A TVE é um canal cultural cheio de programas legais. O mais supremamente legal era Castelo Rá-Tim-Bum, onde tinha o Mau e sua Gargalhada Fatal, o Tíbio e o Perônio, a Caixinha de Música, muito bom. E tanto tinha quanto tem programas legais, como o do Não-Sei-O-Quê Abujamra, um programa com uma senhora rouca que tem entrevistados interessantes, coisas assim. Mas enjoa porque muitos programas são muito parecidos, têm cara de Orquestra Sinfônica de Berlim, e esse tipo de música é legal, mas há limites.



“Alternativos” é forçar um pouco: a TV2 Guaíba é uma emissora comercial, e a TVE, parece um pouco mal-explorada, com cara de repartição pública que não recebe investimento – com muitas excessões, como o Roda Viva, por exemplo. Mas são alternativas, que se tornam ainda melhores quando você só pode escolher entre Faustão, Raul Gil, Gugu ou alguma mesa redonda de futebol.



E tem o Futura. Quase todos os programas que assisti são interessantes, e muitos deles são legais mesmo, dão vontade de ver de novo. Eu, pessoalmente, adoro o Passagem Para… , que é feito a partir de viagens do apresentador por outros países, quase todos americanos. E tem também dois programas com a Regina Casé: Minha Periferia e Um Pé de Quê?. Adoro a Regina Casé, e vê-la fazendo dois programas legais e interessantes é muito bom. Outro programa é com Zeca Baleiro, que conta histórias do foclore brasileiro, misturando música, narração e animação.



A única coisa chata do futura é a programação infantil: eu não entendo porquê canais assim, educativos, pensam que crianças são retardadas. A excessão é a Turma da Teca. E também não se trata de uma coisa alternativa: quem faz o Futura é a Globo. E aí eu, que adoro criticar a Globo, que, na dúvida, acho que errada está a Globo, preciso tirar o chapéu para a emissora: é incrível que, com vontade, seja possível fazer programas interessantes sem chatices ou as mesmas coisas de sempre.









Powered by ScribeFire.