Às vezes confundimos o aspecto incondicional do amor de Deus com uma indiferença de Deus para conosco.
Não é incomum invocar o amor incondicional de Deus dizendo “tá tudo bem, Deus não se importa com isso”, seja lá o que “isso” for.
Mas Deus se importa, sim. Basta pensar em uma mãe que, por exemplo, avalia até o cocôzinho de um filho, ou nos apaixonados buscando interpretar os sinais mais sutis da pessoa amada (extrapolando até o ponto de interpretar o que não era nem sinal às vezes).
Não é o argumento mais forte do mundo, mas se nós, que vivemos equilibrados entre o pecado e a santidade, sabemos nos importar com os mínimos detalhes dos outros, o que se dirá de Deus que tem um amor infinitamente maior por nós.
É claro que o nosso senso de observação pode se degenerar em um instrumento para oprimir o outro, e assim cada detalhe bem observado se transforma num julgamento inconveniente como uma lança atravessada no peito do outro. Se nem Cristo veio para condenar e sim para salvar, quem somos nós para usarmos nosso senso de observação (que afinal é um dom de Deus) para fazer outro filho de Deus sofrer?
Deus se importa, sim, mas o seu amor supera qualquer bem ou mal que possamos sentir ou fazer.
Imagem: retirada do site Fernando Elias José