Dia de sono

Estou com sono – pouco mais de 36 horas sem dormir. Sei que para muita gente não é nada, mas para mim é um recorde – que eu não gosto de ter batido, aliás; prefiro bater recordes de tempo que passo dormindo (máximo de 12 horas até hoje – sem contar quando eu era bebê, é claro).

Este post deve ser efeito do sono, pois eu não tenho do que falar, logo, não teria motivos para postar. Ou então meu superego está dormindo tb e meu id tomou conta e resolvi escrever sobre coisas que eu não escreveria se estivesse com o sono em dia. Aliás, só com muito sono para confiar nesse papo de superego e id.

* Estou ouvindo um CD de uma dupla chamada Indigo Girls. Não gosto muito desta história de crianças indigo (imagina se forem que nem as crianças que apresentam os desenhos matinais do SBT!!..), mas a dupla é muito boa. Bom, eu achei, pelo menos, estou gostando de ouvir. A melhor música, até agora, é Three Hits, e o CD é Rites of Passage (que, com meu inglês tosco, pensei que fosse “Passagens da Rita”, mas depois me dei conta que é mais provável que seja “Ritos de Passagem”, mas tb não interessa). Li em algum lugar que elas surgiram em um festival chamado Lilith-alguma-coisa-em-inglês (ou alguma-coisa-em-inglês-Lilith ou ainda alguma-coisa-em-inglês-Lilith-alguma-coisa-em-inglês), que foi um festival organizado por uma mulher que ouviu de um produtor de um outro festival que não seria muito legal que, durante os shows, uma banda feminina sucedesse imediatamente outra (quer dizer, tinha que ter uma banda masculina entre as duas) e, à parte possíveis metáforas sociais que isso represente, é realmente rídicula a idéia do cara, entre outras coisas porque bandas masculinas sucederiam-se necessariamente (já que geralmente há menos bandas femininas e tal). Aí ela organizou um festival (o Lilith-etc…) só de bandas femininas e cantoras, que rolava em diferentes cidades e cuja renda sempre era revertida para alguma ONG voltada às mulheres naquela cidade. Alguém poderia fazer isso aqui no Brasil, aliás (se já fez, poderia divulgar mais até chegar nos meus ouvidos, e também ao de outras pessoas, claro).

* Marquei com uma amiga minha hoje: 11 horas aqui em casa. Nada demais, só para bater papo mesmo. Sou uma pessoa muito desorganiza, distraída, etc. Mas adoro pontualidade e sou pontual. Por isso, exijo também pontualidade, mas sem paranóias. Mas falta de consideração me irrita profundamente. Se vc marca com alguém e não pode ir, não há o menor problema: liga, manda e-mail, mensagem de celular, manda recado por alguém, pela rádio, sinal de fumaça, ou vai lá e avisa que não vai poder ir. Mas deixar alguém esperando é muito, muito foda. E ainda por cima chegar como se nada tivesse acontecido, “vamos lá em algum lugar?”, “tá, deixa eu só resolver umas coisas aqui.”, “não então deixa; vou indo, tchau!”.
Pode ser que, por exemplo, a outra pessoa tenha chegado tarde em casa, umas seis da manhã, digamos, e tenha pensado “bá, marquei às 11 horas, melhor nem dormir senão não acordo”, porque a outra pessoa tem consideração. Aí chega 11 horas, a criatura morrendo de sono pega e liga para a primeira “e aí, vc vem?”, “claro!” e vem mesmo, mas três horas depois.
Claro, não morri por isso, mas é muito inconveniente e, de qq maneira, para mim é sinal de desconsideração, de que tá pouco se fudendo para mim. O que é um direito de qualquer pessoa, tão legítimo quanto o meu direito de aplicar o princípio da reciprocidade (se o Brasil pode fazer isso com a Espanha, eu posso fazer com as pessoas), mas menos por retaliação, e mais porque a pessoa, agindo assim, faz com que eu perca meu interesse por ela.

* Por fim, sei lá, nada mais o que dizer.