A passagem em Jo 20, 25 representa, principalmente, a incredulidade no Cristo que não se vê (um resumo raso e incompleto), o que ilustra também a minha fé inconstante.
Mas além de me ver representado nisto, me vejo representado em um pormenor secundário da atitude de São Tomé: a presunção excessiva do próprio protagonismo – o que significa que eu me acho mais do que o que eu sou.
O pensamento que eu vislumbro por trás do “se eu não vir as marcas dos pregos etc.” é “como assim Jesus apareceu sem que EU estivesse presente?!?”; e a prova exigida deixa de ser um indício de incapacidade de crer no invisível para se tornar em negar a fé (e o bom senso ao mesmo tempo) porque Cristo mandou recado pelos outros ao invés de ter se mostrado ao vivo e em cores para mim.
Talvez no fim das contas este pormenor não se aplique a São Tomé e o caso traga à tona pecados meus e não os dos outros; afinal Cristo apareceu depois de novo, com São Tomé presente desta vez – o que pode significar que o apóstolo seja mais importante do que eu (autoironia).
Mas fica o recado pra mim: “confia mais nos outros e não fica achando que o mundo para de rodar se você não estiver por perto”.